24/10/2014

Instituto de Botânica sedia Workshop sobre o
Código Internacional de Nomenclatura para algas, fungos e plantas

O workshop sobre o Código Internacional de Nomenclatura realizado no Instituto de Botânica entre os dias 16 e 18 de outubro, com a participação de membros do comitê editorial, ou seja, os autores do Código, teve por objetivo divulgar e esclarecer as alterações da última edição, bem como dirimir dúvidas sobre nomenclatura de um modo geral. Os palestrantes foram John McNeil (coordenador geral) do Jardim Botânico Real de Edinburgo, Escócia e Museu Real de Ontário em Toronto no Canadá, Nicholas Turland (secretário geral) do Jardim Botânico de Berlim, Alemanha, Sandra Knapp do Museu de História Natural de Londres, Inglaterra e Jefferson Prado do Instituto de Botânica. Participaram 45 pessoas entre pesquisadores e, principalmente alunos de pós-graduação de várias instituições brasileiras.

Em um contexto global, o uso de nomes comuns ou vulgares de plantas, animais e outros organismos pode ser ambíguo e bastante confuso. Por outro lado, o uso de nomes científicos (muitas vezes chamado de nomes em latim) permite uma comunicação mais precisa porque estes são usados em todo o mundo, permitindo que pessoas que falam línguas diferentes se comuniquem facilmente uns com os outros. O objetivo das regras da nomenclatura biológica é fornecer um método estável de nomear organismos, evitando e rejeitando o uso de nomes que possam causar erros, ambiguidade ou confusão. Por razões históricas há diferentes códigos para os principais grupos de organismos. O Código Internacional de Nomenclatura para algas, fungos e plantas (ICN) é o que rege a nomenclatura científica desses grupos que, tradicionalmente, eram tratados em Botânica. A edição atual, o Código de Melbourne, foi publicado em 2012. As regras do Código não são lei, elas funcionam por consenso internacional, ou seja, a maioria dos botânicos em todo o mundo se compromete a seguir as regras. Nomes de plantas publicados no cumprimento dessas regras tem aceitação internacional. Nomes que quebram as regras, ou nomes publicados sob conjuntos alternativos de regras, não são, geralmente, aceitos pela comunidade científica internacional. Assim, a única “pena” por quebrar as regras seria ser ignorado ou criticado e, talvez, corrigido pela comunidade científica internacional.

O Código internacional de nomenclatura que trata dos grupos que tradicionalmente pertenciam à Botânica existe desde 1950 e é atualizado a cada seis anos em reuniões das Seções de Nomenclatura que acontecem na semana que antecede os Congressos Internacionais de Botânica. A mais recente Sessão de Nomenclatura ocorreu em Melbourne, na Austrália, em 2011. O Código de Melbourne representa uma revisão muito mais substancial das regras de nomenclatura do que nas demais edições recentes do código. Não apenas devido às importantes mudanças aceitas em Melbourne, mas também porque o Comitê Editorial foi instruído a reorganizar as regras de publicação válida de nomes de uma forma mais lógica, e tomou para si um exame mais aprofundado da clareza e coerência globais do Código.