28/09/2015

Projeto do Instituto de Botânica estudou Briófitas das Áreas das Formações Pioneiras da Planície Litorânea e das Florestas Ombrófila Densa Submontana e Montana no Estado de São Paulo

As briófitas representam o segundo maior grupo de plantas terrestres do planeta; são relativamente pequenas e incluem os musgos, as hepáticas e os antóceros. O termo “musgo” já foi usado para designar muitas algas, liquens, algumas pteridófitas e bromélias, que se assemelham superficialmente aos musgos; “hepática” origina-se da crença de seu uso para o tratamento de doenças do fígado e “antóceros” significa que este grupo das briófitas apresenta estrutura de reprodução em formato de cornos.

As briófitas cobrem o solo, os troncos, caules, ramos e as folhas das plantas em florestas úmidas da região tropical, onde desempenham papel importante na colonização de substratos nus, formação e retenção do solo (prevenção da inundação e do assoreamento dos rios), retenção de água (conservação da umidade e prevenção de secas), redução da erosão do solo e fixação do nitrogênio; servem como substratos para outras plantas e abrigo para pequenos animais e podem ser usadas como bioindicadores ecológicos, paleoecológicos, de depósitos minerais, da poluição da água e do ar.

O projeto desenvolvido sob coordenação da pesquisadora Dra. Sandra Visnadi demonstrou que a brioflora é rica em espécies na Estação Ecológica Jureia-Itatins (Iguape), no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, PEFI (São Paulo), Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira, PETAR, Parque Estadual Intervales, PEI (Guapiara) e na Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba (Santo André) e, portanto, esses locais são unidades de conservação importantes para a proteção e conservação da diversidade das briófitas no estado de São Paulo. Esses resultados também subsidiam a defesa das causas ambientais, como a redução do desmatamento, pois a riqueza da brioflora está relacionada à riqueza da vegetação.

Os resultados desse projeto também evidenciaram a importância do Parque Estadual da Serra do Mar (Ubatuba) e do PEFI (São Paulo), como Unidades de Proteção da natureza paulista, que contribuem para minimizar o efeito do desmatamento na brioflora, ao manterem áreas com vegetação preservada, nas imediações das áreas abertas e alteradas pelo homem.

Ao estudar ecossistemas costeiros, verificou-se que as briófitas são comuns em manguezais, no caxetal, nas restingas e nos topos de morros, mas algumas espécies são diferentes entre esses tipos de ambientes, tornando-os únicos e importantes para a proteção e preservação da brioflora.