11/05/2015

Estudo sobre armazenamento e germinação de espécie florestal fornece subsídios para uso em programas de revegetação 

Um dos produtos do projeto “Fenologia, germinação de sementes e crescimento inicial de mudas de espécies arbóreas nativas” coordenado pela Pesquisadora Dra. Marina Crestana Guardia do Núcleo de Pesquisa em Sementes do Instituto de Botânica, é o artigo “Germinação de sementes de Maclura tinctoria (Moraceae) sob diferentes regimes térmicos influenciados pela luz” (http://www.scielo.br/pdf/hoehnea/v40n2/v40n2a08.pdf) de autoria de Guardia, M.C. e Lamarca, E.V.. Neste trabalho, avaliou-se o efeito de diferentes regimes térmicos influenciados pela luz na germinação de sementes de Maclura tinctoria (Moraceae), espécie nativa dióica, conhecida popularmente como taiúva. Foram utilizadas sementes de quatro diferentes procedências no Estado de São Paulo: Rio Claro, Ajapi, Itirapina e Serra Negra coletadas pelos próprios autores do trabalho, o que assegurou a utilização dos critérios corretos de coleta. A utilização do gradiente térmico permitiu identificar distinções quanto à exigência luminosa, entre as procedências. Essas distinções podem ser reflexos da variabilidade genética das sementes ou das condições do ambiente de formação, uma vez que diversas características físicas e fisiológicas das sementes, como o teor de água inicial, os níveis de dormência e as exigências térmicas e fotoblásticas, podem ser influenciadas por variáveis meteorológicas, tais como temperatura, precipitação pluvial e fotoperíodo durante a formação das sementes

Os resultados demonstraram que na presença de luz as sementes germinam em ampla faixa térmica (15 a 35 °C) e apresentam melhor desempenho entre 20 e 30 °C, sendo 30 °C a temperatura ideal para a germinação. Na ausência de luz a germinação decresceu à medida que a temperatura diminuiu e a faixa térmica germinativa se estreitou, alterando também a temperatura ideal para a germinação, mostrando que as sementes de Maclura tinctoria necessitam de luz para expressar a taxa máxima de germinação.

Observou-se que o período de armazenamento e principalmente o regime térmico para a germinação foram os fatores que influenciaram a sensibilidade à luz na germinação de Maclura tinctoria, visto que para essas sementes atingirem valores máximos de germinação existe a necessidade da combinação entre temperatura e luz, como por exemplo, a germinação sob baixas temperaturas com a presença de luz. Na ausência de luz, os valores de germinação e de desempenho decrescem à medida que a temperatura diminui, e dependendo da procedência das sementes, a faixa térmica germinativa torna-se mais estreita (20 a 35 °C), alterando também a temperatura ideal, mostrando que as sementes de M. tinctoria necessitam de luz para expressar a taxa máxima de germinação. Esses resultados são inéditos para essa importante espécie florestal nativa e contribuem muito para a área de pesquisa, fornecendo subsídios para o uso da espécie em programas de revegetação de áreas no Estado de São Paulo.